domingo, 2 de agosto de 2015

Acolher e Humanizar para qualificar a saúde!!


Gente, a proposta da Política Nacional de Humanização – PNH é muito legal, e necessita ser realmente efetivada nos serviços públicos de saúde!!! A PNH existe no Brasil desde 2003, e foi criada visando efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, de maneira a qualificar a saúde pública no Brasil  e incentivar as trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. Imaginem quantos avanços conseguiremos a partir desses diálogos e práticas!!
Como propósitos, a PNH visa:
- Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios e as diretrizes da humanização;
- Fortalecer iniciativas de humanização existentes;
- Desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas de gestão e de atenção;
- Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão;
- Implementar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem-sucedidas.
E como macro-objetivos, o HumanizaSUS pretende:
1 - Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores e aos conselhos de saúde, priorizando a atenção básica/fundamental e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários;
2 - Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da sociedade civil;
3 - Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos de formação e produção de conhecimento em articulação com movimentos sociais e instituições.

Na prática, os resultados que a Política Nacional de Humanização busca são:

- Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso;
- Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco;
- Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo;
- Garantia dos direitos dos usuários;
- Valorização do trabalho na saúde;
- Gestão participativa nos serviços.

No cenário da saúde pública em nosso país, vivenciamos cotidianamente  inúmeras situações que demonstram a necessidade de melhoria do acolhimento e humanização pelos profissionais de saúde, bem como a visível necessidade de uma melhor organização da rede assistencial para atender de maneira integral e resolutiva aos seus usuários. Notam-se problemas por vezes gritantes que refletem a fragmentação da assistência – que deveria ser integralizada – o que implica em um sofrido caminhar do usuário nesse trajeto. E com a população indígena não é diferente. Ou, às vezes é até mais perceptível essa problemática no contexto indígena, considerando que esses usuários enfrentam também várias outras dificuldades tais como preconceito por alguns profissionais da rede de atenção, barreiras lingüísticas e culturais, dificuldade de acesso geográfico, entre outras especificidades, além dos problemas em linhas gerais que a população brasileira enfrenta no dia-a-dia enquanto usuários dos serviços de saúde.
Quando paramos para analisar esses cenários, surgem muitas idéias para contribuir para a melhoria desse processo de acolhimento e humanização, que, claro começa por cada um de nós! Afinal, para acolher o outro, eu preciso me sentir acolhido e envolvido no serviço! Para humanizar o outro, eu preciso ser humano, preciso me colocar no lugar do outro. Para mudar o outro, eu preciso mudar primeiro. Ou seja, a mudança precisa começar de cada um de nós!    
No DSEI Porto Velho, estamos trabalhando propostas de implantação do Acolhimento e Humanização junto aos profissionais de saúde de todos os pólos-base, em conjunto com as Oficinas de Regulação. A assistente social Simone Guimarães, responsável técnica distrital pelo serviço social, juntamente com outros profissionais do DSEI vem trabalhando excelentes propostas para humanizar e qualificar ainda mais os serviços, tanto no contexto da saúde indígena quanto com as instituições da rede assistencial, através de rodas de conversa com profissionais, controle social e usuários indígenas, seminários, oficinas, e outras atividades de educação permanente com foco nesses objetivos.

Confira abaixo algumas fotos desse trabalho, em ações realizadas na sede do DSEI Porto Velho e nos polos-base de Alta Floresta e Guajará-Mirim:

Polo-base de Guajará-mirim: discussão sobre acolhimento e humanização. 23/07/15 

Polo-base de Guajará-mirim: discussão sobre acolhimento e humanização. 23/07/15


Polo-base de Guajará-mirim: discussão sobre acolhimento e humanização. 23/07/15


Polo-base de Alta Floresta: discussão sobre acolhimento e humanização. 09/07/15
Polo-base de Alta Floresta: Apresentação de trabalhos dos profissionais e lideranças indígenas sobre acolhimento e humanização. 09/07/15
Polo-base de Alta Floresta: Apresentação de trabalhos dos profissionais e lideranças indígenas sobre acolhimento e humanização. 09/07/15
Polo-base de Alta Floresta: Apresentação de trabalhos dos profissionais e lideranças indígenas sobre acolhimento e humanização. 09/07/15

Polo-base de Alta Floresta: discussão sobre acolhimento e humanização. 09/07/15
Roda de conversa com profissionais DSEI Porto Velho e NEP e Humanização do Hospital de Base.
Roda de conversa com profissionais DSEI Porto Velho e NEP e Humanização do Hospital de Base. 

Oficinas de Capacitação em Regulação Indígena - Polos Base de Alta Floresta e Gujará-Mirim

Boa tarde amigos!!! Durante o mês de junho o espaço aqui ficou um pouco parado, devido à grande correria e falta de tempo por conta do desenvolvimento e aplicação dos projetos já citados anteriormente...
Mas, estamos de volta e bem animadas para compartilhar com vocês alguns produtos das primeiras Oficinas de Capacitação em Regulação do Acesso dos Usuários Indígenas aos Serviços de Saúde realizadas nos pólos-base de Alta Floresta nos dias 07 e 08/07/15 e Guajará-Mirim em 21 e 22/07/15.
No pólo-base de Alta Floresta, contamos com a participação dos profissionais da Casa de Saúde Indígena - CASAI, pólo-base e toda a Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena – EMSI que atua em área indígena, composta por Enfermeiras, Odontóloga, Técnicas de Enfermagem, Auxiliar de Serviço Odontológico e Agentes Indígenas de Saúde - AIS, além da participação de Conselheiros de Saúde Indígena e lideranças indígenas, nos propiciando um espaço rico para troca de saberes, construções coletivas e aprendizados mútuos! O evento também contou com a participação do técnico Ricardis Araújo, representando a Gerência Estadual de Regulação do SUS, no intuito de fortalecer a parceria e articulação do subsistema com a Rede SUS.  
Em Guajará-Mirim participaram da oficina os profissionais de CASAI e pólo-base, médicos da saúde indígena e também representantes da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, Regulação do Município de Guajará-Mirim, Regulação do Sistema Prisional e Regulação Estadual, esta última representada pela enfermeira Marcela Sanches, administradora do SISREG, cuja palestra e participação foi essencial para fortalecer o projeto de implantação e implementação dos protocolos clínicos e de regulação no contexto da saúde indígena.
No pólo-base de Guajará-Mirim não foi possível a participação da equipe de área indígena nem do controle social, no entanto, os profissionais que participaram do evento foram capacitados para atuar como multiplicadores junto à EMSI na sua saída de área, multiplicação essa que já ocorreu essa semana!!!
Ambos os eventos foram muito bons, muito produtivos, sendo possível discutir temas como Fortalecimento da Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, Política Nacional de Regulação do SUS, Fluxos de Regulação do acesso no contexto da Saúde Indígena, Referência e Contrareferência, Decreto 7.508, Fluxos dos usuários indígenas desde a Atenção Básica às redes de Atenção à Saúde, Implantação e implementação dos protocolos clínicos e de regulação e Assistência Farmacêutica, analisando e desenvolvendo estratégias considerando as vivências e realidade de cada local, e o envolvimento de todos para um acesso qualificado!!
A proposta e organização das capacitações leva em consideração as demandas identificadas, de maneira a abranger temas que vem sendo muito questionados e discutidos pelos usuários indígenas nas rodas de conversa, reuniões de conselho local e distrital, entre outros. Tais informações são de fundamental importância tanto para os profissionais, que devem estar bem informados e atuar como multiplicadores junto aos usuários quanto para a comunidade indígena em geral.
Pretendemos com estas oficinas sensibilizar e capacitar os profissionais e representantes das comunidades indígenas de maneira propositiva e crítica alinhando seus conceitos estruturais com a Política Nacional de Regulação do SUS, visando fortalecer e implementar a Regulação no contexto do DSEI Porto Velho, utilizando como estratégias a implantação dos protocolos clínicos e de regulação do acesso, qualificação profissional, conscientização da comunidade indígena e fortalecimento dos fluxos existentes, no intuito de organizar, viabilizar e qualificar o acesso dos usuários indígenas aos serviços de saúde.

Confira abaixo algumas fotos das oficinas.